NONO ANIVERSÁRIO


31 de março de 1973. Nono aniversário da Revolução. O que era este
país antes e o que é depois destes nove anos! Pelos frutos se conhecem as
árvores, ensina a sabedoria divina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem se
der ao trabalho de examinar, estatisticamente, o que era este país em todos
os setores - marinha mercante, ferrovias, rodovias, assistência social, inclu-
sive ao trabalhador rural - o que era este país antes e o que é agora, depois
de nove anos, poderá verificar, ver e sentir os frutos maravilhosos da Re-
volução. E, então, compreenderá porque no estrangeiro se fala tanto em
“milagre brasileiro” depois de se ter falado em milagre alemão e milagre
japonez. E o milagre brasileiro é o maior, conforme expõe e comprova
Murilo Melo Filho, em seu excelente livro intitulado “Milagre Brasileiro”.
No ultimo trimestre de 1963 e no primeiro de 1964, este país era um
caos, uma casa sem pão, onde todo mundo grita e ninguem tem razão. Era
um país em mãos dos políticos, em mãos das raposas, em mãos do partida-
rismo liberalesco e corrupto, com a mocidade universitária inquieta, insa-
tisfeita, revoltada, exposta á exploração de infiltrações vermelhas, pipocan-
do greves e quebra-quebras. Era o descrédito completo, a desmoralização
total do Brasil no exterior e no interior. Era o cáos.
Quando ouvi falar em volta de partidos, em organização de Arena e
MDB, fiquei horrorizado e escrevi um comentário falando em frustação da
Revolução. Comentário que, felizmente, ficou inédito. Citava Maritain quan-
do escrevia, magistralmente: “...a complacência com a mediocridade e a he-
gemonia dos partidos, que tambem não são essenciais à democracia mas
que representam a tentação permanente de toda democracia sem vigor es-
piritual; esses erros preparam o totalitarismo. Libertando-se deles, voltará
uma nova democracia ao princípio autênticos da filosofia democrática”.
Quando assisto as fuxicadas, fofocas, imundícies de eleições partidárias
nos municípios, me entristeço achando que a Revolução ainda não se libertou
totalmente dêles, dos partidos, da “complacência com a mediocridade e a he-
gemonia dos paridos”. Mas não me desanimo, não desespero porque cada vez
mais me convenço da força, da grandeza, da consciência da Revolução, conciên-
cia de que é providencial, de que veio para salvar este país e de que traria a
sua missão, o seu destino, o seu motivo fundamental, se se deixasse levar pela
“complacência com a mediocridade e a hegemonia dos partidos”. e isto não a-
contecerá! Porque esta revolução não veio para falhar! As nossas gloriosas for-
ças armadas, com a compreensão e a cooperação cada vez mais extensa e mais
profunda da mocidade, dos trabalhadores, do povo em geral, não permitirão
que esta linda e maravilhosa Terra de Santa Cruz volte às mãos das raposas, do
partidarismo liberalesco e corrupto que a entregariam ao anti-cristo escrava-
gista da foice e do martelo.
Esta Revolução é Revolução com R maiúsculo! Não pode falhar! Tem
o apoio de Deus e da Nação! cumprirá, está cumprido, sua divina missão de
fazer deste país, a maior potência cristã da História. Graças a Deus! E, abaixo
de Deus, à união sagrada e indestrutivel das força armadas do Brasil. União
que nos enche de orgulho e gratidão!
Brasil! Brasil! Brasil!
Mundo Novo, 31 de março de 1973, ano nono da Revolução
Brasileira.
EULÁLIO MOTTA
A folha mede 165 milímetros de largura por 235 milímetros de altura. O papel é de gramatura mediana, baixa lisura e pouca opacidade devido à cor escurecida do papel. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout e simples, não há espaço especial entre parágrafos, mas simetricamente o texto está bem estruturado. Para destacar palavras no interior do texto, o tipógrafo utilizou outro tipo de letra, provocando desalinhamento do texto. Foram preservados oito exemplares desse panfleto.