LIBERDADE NO ANO 12


[Coluna 1]

Estamos vivendo em um regime no
qual o brasileiro é livre para ter a religião
que quiser, o estado civil que quiser, a pro-
fissão que quiser, a residência onde quiser e
puder, enfim: o brasileiro vive em plena li-
berdade; liberdade mantida e defendida pelo
regime da Revolução. As liberdades funda-
mentais sem as quais não há respeito à dig-
nidade da Pessoa Humana, são mantidas e
defendidas por este regime. E há ainda quem
se queixe de falta de liberdade neste País!
Sim, falta liberdade para fazer greves desmo-
ralizantes, perturbadoras da vida nacional, a
serviço do comunismo internacional. Falta
liberdade para explorar o entusiasmo fácil de
universitários inocentes-úteis, com agitações
estudantis a serviço do comunismo interna-
cional. Falta liberdade para desrespeitar o
princípio de autoridade em benefício da sub-
versão. Falta liberdade para ações que ponham
em perigo a existência da Liberdade. Não
há e não deve haver liberdade para os irres-
ponsáveis, para os liberticidas, para os que
inocentes-úteis ou mal intencionados, tentem
agir de modo a pôr em perigo a existência
da Liberdade.
Queremos a Revolução com a AI5 por-
que amamos a Liberdade, porque sabemos
que sem liberdade a vida é indigna de ser
vivida. E sabemos que sem o AI5 a nossa
Liberdade estaria ameaçada. Não queremos
correr este risco. Senador ou deputado are-
nista que faz declarações contra o AI5,
deveria ter a dignidade de ser coerente, dei-
xando a Arena e se aliando a grupos de ini-
migos do AI5 e defensores de um conceito de
liberdade que favorece a anarquia, a subver-
são, o comunismo. Gente que confunde demo-
cracia com liberdade de fazer bagunça Gre-
vês, agitações estudantis, quebra-querbas, des-
respeito ao princípio de autoridade, isto é
que é democracia para esses inimigos do AI5.
Repito Garrastazu: ─ “o AI5 só é incômodo
para os mal intencionados”. Acho que de-
mocracia é regime que mantem, defende,
garante as liberdades fundamentais da Pessoa
Humana. Liberdade de fazer bagunça não é
liberdade fundamental, não é “liberdade de
base”, para usar expressão preferida pelo
Presidente.
Queremos uma Arena que defenda, de
cabeça erquida, a Liberdade, defendendo o
AI5. Há os que atacam o AI5, ao esmo
tempo em que incensam o Presidente Geisel


[Coluna 2]
e a Revolução. Velha tática de acender uma
vila a Deus e outra ao diabo. Estes são fal-
sos defensores da Liberdade. Não queremos
os falsos, queremos os verdadeiros, os que
não têm medo de na luta em defesa da Li-
berdade, serem taxados de radicais e até de
fascistas pelas velharias comuno-liberais. Nos-
sa Liberdade é coisa preciosa demais para
ser confiada ao liberalismo anacrônico, supe-
rado, caduco, cafona, perniciosa, suicida. Já
pensaram vocês o que seria de nós, o que se-
ria desta Nação, deste nosso querido Brasil,
se neste momento de tantos tormentos mun-
diais, de tantas e tão graves crises econômi-
cas, políticas, sociais, estivessem as redeas do
poder de nossa Pátria em mãos desses de-
magogos que ontem levaram o País à ruína
quase total e hoje voltam se apresentando
como bonzinhos ou bonzões, paladinos da
liberdade, salvadores da Pátria? Hoje, graças
à Revolução, temos asfalto, energia, hospitais,
aposentadoria para os velhos de nossos cam-
pos, velhos que antes da Revolução viviam na
mendicância ou morrendo à míngua de tudo.
Soldados do Brasil! Juristas da Nação!
Homens eminentes da Pátria! Não permitais
que nosso povo despolitizado, inocente, se
deixando levar pela demagogia entregue o
poder aos saudosistas que fariam o jôgo dos
patricidas interessados em liberalização por
ser o caminho mais fácil para atingirem os
seus objetivos sinistros. Por detrás da pro-
paganda de liberalização aqui e em toda
parte, há uma coisa terrível ─ o dedo de
um monstro envenenador ideológico da ju-
ventude de todas as nações, devorador de
pátrias, a serviço de uma super-potência su-
per-totalitária que alimenta o sonho louco
de dominar o mundo. Eis porque a AI5 é
necessário, é vital, é expressão de realidade
irremovível, para segurança do Presente e
do Futuro.
Brasileiros eminentes, responsáveis pelo
destino desta maravilha de Deus nos deu
─ BRASIL ─ cuidado! Muito cuidado! Jui-
zo! “Vigiai e orai para não cairdes em tem-
tacão!”
Pelo amor de Deus!
Pelo bem do Brasil!
Mundo Novo, 29 de abril de 1976
EULÁLIO MOTTA

A folha mede 190 milímetros de largura por 275 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. É estruturado em duas colunas bem dimensionadas, sem muitas variações de tipos e tamanhos de fontes, não há espaço especial entre parágrafos. Foram preservados dezesseis exemplares desse panfleto.