Intenção de “pendurar as chuteiras...” Isto é: de parar a minha pena, entrega-la à
ferrugem. Pena que escrevia sonetos, redondilhas, poemas e crônicas, nesta onda de “pen-
durar chuteiras”... onde muitas vezes repetida, quebrando-se nas rochas de acontecimentos
imprevistos. Desta vez o acontecimento foi este: a extraordinária XXV exposição de pe-
cuária em Mundo Novo. Não digo agro-pecuária porque, na verdade, tais exposições,
aqui, como em Itapetinga, Conquista e toda parte, tem sido somente de pecuária. Agro
tem sido apenas no papel... Literatura... Ficção...
Extraordinária XXV exposição, considerada, unanimemente, como a maior de todas que
já tivemos. De muitos visitantes se ouviram expressões assim: “nunca vi exposição igual
a esta”. Assim, não eram só os locais que o diziam. A maior! Por que “a maior?” Antes
de tudo: maior em presença de povo e de carros, de um lado e outro do asfalto tinham
quase um quilômetro de extensão!
Maior em número e negócios de raças lieteiras: holandezas, Schwyz, normanda, si-
mental, fleckwin. E, principalmente, mestiços de tais raças com o indubrasil. Nesta expo-
sição a raça indubrasil voltou a subir de cotação. Volta-se a verificar que a raça indu-
brasil é o grande coringa do mundo bovino. Como qualquer raça o mestiço de indubra-
sil abafa a banca. Em virtude de tal verificação, há muitos pecuaristas comprando femeas
indubrasil para pôr com touros de raças leiteiras e vice-versa: - fêmeas leiteiras com touros
indubrasil. Daí esta nova subida de cotação do indubrasil, muitas vezes combatido e nunca
vencido.
Maior em alegria do povo: ─ conseqüência da presença do “Rodeio Ferradura”,
de Montes Claros, rodeio especializado, executado por exímios montadores que merece-
ram aplausos da multidão que superlotava o parque. E, também, a presença de tantas bo-
cas de alto-falantes, em carro especial vindo de Jacobina.
Maior quantidade de raças; além das leiteiras, já citadas, o gir, o guzerá, o nerole, o do-
minante indubrasil, o búfalo. E, ainda, caprinos, ovinos, suínos, instalados em pavilhão
recém-construido. Maior em vendagem, que foi Record: ─ 40 milhões, graças à boa Von-
tade dos Bancos presentes: do Brasil, agências de Mundo Novo, Monte Alegre e Rui
Barbosa; Baneb e Econômico.
Maior em quantidade de gados nos currais, lotando 110 currais, excedendo-se ainda
em mangueiros visinhos! Merece especial destaque a boa vontade dos Bancos. Ou, mais
precisamente, dos gerentes e funcionários dos bancos referidos. Foi um dos pontos altos desta extraordinária exposição.
Destaque-se, ainda, e, finalmente, que tão grande êxito se deve, em grande parte,
à dedicação, ao esforço enorme, aos sacrifícios do presidente da cooperativa, José dos
Santos Navarro e ao Secretário, Antonio Trindade, eficientemente auxiliados pelo geren-
te da cooperativa, Cassiano Almeida e seus auxiliares, que formam verdadeira equipe de
trabalho, otimismo, confiança, êxito. Sem esta equipe não teriamos esta beleza: nossa
maior exposição.
Nossas palmas para a equipe.


Mundo Novo, 4 de abril de 1978.
EULÁLIO MOTTA


A folha mede 163 milímetros de largura por 240 milímetros de altura. O papel é de gramatura e lisura medianas, e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. As linhas são longas, não há muitas variações de tipos e tamanhos de fontes, nem espaço especial entre parágrafos. Foram preservados onze exemplares desse panfleto.