A MENOR...
Comentei a exposição de pecuária XXV, sob o título de
“A Maior”. Agora, para comentar a que ontem se encerrou,
calha, muito bem, o título de “A menor”.
A pecuária local vem sendo perseguida, quando a inten-
ção expressa dos governos Federal e Estadual é amparar o
pecuarista, estimular a produção, para se colocar o Brasil em
condições de matar a fome de carne do mundo, folgando o pa-
ís de divisas. Mas em exposições como essa que ontem se em-
cerrou, a preocupação maior é perseguir o pecuarista, massa-
crar a precuaria.
Coisas incríveis aconteceram nessa XVI exposição de
animais em Mundo Novo! imagine-se que inventaram a teoria
de que mundonovense não deve compara nem vender a mun-
donovense em regime de financiamento! Ora, o maior numero
de selecionadores de raças nobres de bovinos, na região, se
compõe de mundovenses. O maior numero consequenteimen-
te de compradores e vendedores se compõe, logicamente, de
mundonovenses. Aplicada a esdrúxula teoria, serão duramente
atingidas as exposições de pecuária, não só de Mundo Novo,
mas de toda a região! Além da perseguição dos financiamen-
tos, a imoralidade dos julgamentos. Nessa lamentável exposi-
ção, aconteceu coisa que nunca se viu e nem nunca se ouviu
dizer! Veja-se esta que é de pasmar:
Um touro sem registro e com peso aquem do estabelecido
nos regulamentos, concorrer com um touro registrado, e de pe-
so superior ao exigido, e o primeiro prêmio ficou com aquele,
aquele que teve registro recusado pela comissão de registro e
peso inferior ao estabelecido, IMORALIDADE! Não sou pro-
prietário do touro registrado, do touro vitima, mas não coni-
go deixar sem protesto a escandalosa imoralidade, desrespei-
to às autoridades e ao povo mundonovenses.
Que os mundonovenses, autoridade e o povo não permi-
tam que tal imoralidade se repita em Mundo Novo, precisamos
dar provas de que esta terra ainda tem brios! Calar diante des-
sa imoralidade seria cometer outra imoralidade que se chama
covardia. A impunidade do crime é estímulo para novos crimes.
Se tal imoralidade se repetir em Mundo Novo, é o caso
de se ir para a imprensa, fazer denuncia, “dando os nomes
aos bois”.
Mundo Novo, 31-03-1980
Eulálio Motta
A folha mede 163 milímetros de largura por 240 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra pouco amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis e há emendas a caneta nas linhas 3, 23, 25, 29, 32, 35 e 39. O layout é simples, não há muita variação de tipos e tamanhos de fontes. Foram preservados cento e cinco exemplares desse panfleto.