"VIOLÊNCIA, NÃO!"



O prédio da Prefeitura de Mundo Novo está sendo ba
dalado, virando manchete na imprensa da Capital. É ou não é do Mu-
nicípio? É ou não é do Estado?
Segundo me afirmam os mais velhos, foi construido
pelo prefeito Raul Vitória, no período da interventoria de Jurací
Magalhães que cooperou na construção. Anos depois, ampliado, recons
truido pelo prefeito Artur jacobina, com a cooperação do Governa
dor Regis Pacheco. Pergunta-se: mesmo que tenha sido construido pe
lo Estado, foi ou não foi construido para o município? É ou não É
do Município? O município gastou boas notas em ampliações, adapta-
ções para funcionamento do ginásio, da Prefeitura, etc. E tem mui-
tos anos de posse de tal prédio. Assim não é de estranhar que o
Prefeito RAIMUNDO COSTA tenha resolvido ocupá-lo para funcionamen-
to da prefeitura. OCUPAR e não INVADIR. Esta balela de invasão é
conversa de má intenção da indivíduos eu retinha indevidamente,
sem nenhuma autoridade para tanto, as chaves do prédio. Acontece
que o prédio tem um dono definitivo que é o Município e donos tem-
porários que são os pefeitos eleitos pelo povo nas urnas, como
foi o DR. RAIMUNDO COSTA, eleito pelo povo, nas urnas de 15 de no-
vembro de 1982. Espera-se, pois, logicamente, que o Poder Judiciá-
rio mantenha o direito de posse do Município sobre tal prédio que
é da Prefeitura do Município. Além disto, não se acredita que o Dr.
João Durval queira tanto mal a quem Antônio Carlos Magalhães quis
tanto bem.
Despejar um prefeito de sua prefeitura municipal,
(e prefeito eleito pelo povo, nas urnas de 15 de novembro), alegran-
do que o prédio da Prefeitura foi construído pelo Estado, seria um
escândalo vergonhoso que explodiria em manchetes, em jornais de rá-
dios de todo o país. Preferimos acreditar que o Dr. João Durval se-
rá para Mundo Novo, um imitador do Dr. Antônio Carlos Magalhães
que só nos fez o bem, nunca nos fez o mal. Que assim seja, para nos-
as tranqüilidade, nossa paz e nossa gratidão.

“Fraternidade, sim; violência, não,”

Mundo Novo (BA), 15 de abril de 1983.
[assinatura]
EULÁLIO MIRANDA MOTTA.
A folha mede 215 milímetros de largura por 310 milímetros de altura. O papel é de gramatura e lisura medianas, e se encontra amarelado. O texto foi impresso em mimeógrafo a partir de datilografia em folha estêncil azul. O datilógrafo manteve o texto simetricamente justificado, há correções por sobreposição em diversas palavras (por conta da tinta do estêncil, não foi possível identificar as letras sobrepostas). Ocorreu uma falha de impressão no final do texto, dificultando a leitura de algumas palavras.
O autor assinou diretamente no texto. Foi preservado apenas um exemplar desse panfleto.