VITÓRIA DO BRASIL!


Vitor Kravchenko tinha onze anos de idade quando aconteceu a vitória do comunis-
mo na Rússia. Filho de operário combativo contra as trincheiras do Czarismo, inteligente e idealista, tornou-
se elemento de destaque da juventude comunista. Formou-se em Engenharia; fêz-se chefe de organizações
industriais (do Estado, é claro); combatente da segunda Grande Guerra, como capitão do Exército Verme-
lho; membro, finalmente, do Politburo, de onde foi destacado por Stalin par compor a Comissão comer-
cila da Rússia enviada aos Estados Unidos. E foi, então, que êsse grande da União Soviética resolveu
fugir do “paraíso vermelho,” publicando o seu famoso livro, expressivamente intitulado “Escolhi a Liber-
dade”. Neste livro o autor descreve a tragédia de e 200 milhões de homens super-armados que impossibilitam
qualquer tentativa de reação.
Referindo-se aos comunistas das nações democráticas, Kravchenko os chama de cre-
tinos. E é, realmente, o que se observa: um processo de cretinização das criaturas, principalmente de jo-
vens inexperientes, vazios de conhecimentos e, às vezes, cheios de boa fé e de sêde de justiça social. É
uma lástima a constatação: ─ mocinhos, não raro de bigodinhos de comunas, a falar de reformas, de
socialismos, de nacionalismos, com ares de oitavos Sábios da Grécia e salvadores do Brasil e do mundo...
Pobres “inocentes úteis” cretinizados nos colégios, nos bancos, nas repartições públicas, nas fábricas, nos
sindicatos, em toda parte onde conseguiu penetração e diabólica organização cretinizadora do sanguinário
imperialismo russo. Hoje é comum, até em insignificantes cidadezinhas do interior, encontrar-se tal tipo de
criaturas cretinizadas de slogans e palavras dos moleques de Moscou: ─ reacionários, latifundiários,
gorilas... e xingamentos dirigidos aos Estados Unidos, sem nenhuma palavra de condenação ao fascismo
vermelho do imperialismo russo.
Alinhavo estas rápidas referências a Kravchenko e aos nossos pobres “inocentes
úteis” cretinizados, no dia 2 de abril de 1964, ainda sob a emoção causada pela formidável vitória da
Nação contra a anti-Nação; do povo do Brasil contra a claque de pelêgos, comunistas e cretinos ─ clã-
que que o pelêgo João Goulart confundia com o Povo; escrevo estas rápidas referências para fazer al-
gumas perguntas aos horóis desta Vitória do Brasil. Pergunto: as cátedras, os bancos, as repartições
públicas, as fábricas, os sindicatos, vão ficar sem expurgos? A peste vermelha rotulada de “nacionalis-
mo”, continuará a ser tolerada nas escolas, nos bancos, na Petrobrás, nas repartições públicas? Êsses
ambientes não serão desinfetados? O liberalismo caduco continuará permitindo liberdade aos assassinos
da liberdade? Continuarão sem direitos políticos cassados vermelhos e pelêgos tipo Abelardo Jurema e
Waldir Pires?
E os donos de milhões que se preocupam exclusivamente em aumento de seus mi-
lhões, sem nenhuma consideração, sem nenhum respeito ao interêsse coletivo, ao bem comum? Êsses
plutocratas que gastavam milhões em publicidades nos órgãos comunistas por velhacaria, ganância e co-
vardia; êsses também ficarão impunes?
Não vamos esperar milagres imediatos; os problemas são complexos, numerosos e
difíceis, muito difíceis.
Mas, da atitude firme dos novos dirigentes, contra comunistas e plutocratas ganan-
ciosos, vai depender a consolidação da Vitória definitiva do Nacionalismo verde e amarelo contra o
“nacionalismo” da foice e do martelo.
Que Deus ilumine, abençôe e ajude os novos dirigentes brasileiros, pelo bem do
Brasil!

Mundo Nôvo, 2/4/964

EULÁLIO MOTTA
A folha mede 165 milímetros de largura por 300 milímetros de altura. O papel é de alta gramatura, baixa lisura e bastante ácido, ocasionando o amarelamento e desgaste na borda inferior. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simples, mas executado com precisão tipográfica, embora tenha utilizado linhas muito longas - não indicadas para esse tipo de impresso, porque dificulta a leitura rápida. Foi preservado apenas um exemplar desse panfleto.