A chuva está sendo pouca...
Apenas borrifa o chão...
Aqui só não falta chuva
Na nossa televisão...
É piada e nada mais
A nossa televisão,
Com treme-treme e ruido
Só nos tráz desolação.
Nosso bom televisor
Sem termos televisão,
É mobília de enfeitar
Algum canto do salão.
Como esperança não morre,
Ha muita gente a esperar...
Ha pessoas afirmando
Que a coisa vai melhorar...
Dizem elas que prefeitos
De uma extensa região,
Incluindo Mundo Novo,
Vão nos dar televisão...
Televisão pra valer...
Televisão de verdade,
Inclusive a colorida,
Virá pra nossa cidade...
Não Acredito, entretanto,
Por Deus do Céu, por Jesus
Que possamos ter telé
Com esta fraqueza de luz...
Não acredito que possam
Nos trazer televisão
Se não nos trouxerem antes
A nossa sub-estação.
Sem esta tudo é debalde...
Bolodório... lero-lero...
A telé sem energia,
Por Deus do céu que não quero!
LIOTA
M. Novo, 22/4/77
A folha mede 167 milímetros de largura por 305 milímetros de altura. O papel é de baixa gramatura, alta lisura e se encontra amarelado. O texto foi impresso em prensa de tipos móveis. O layout é simetricamente organizado de modo que facilita a leitura dos versos. Aparece o nome Liota, junção de Eulálio e Motta utilizado apenas nos textos de tom humorístico. Foram preservados 31 exemplares desse panfleto e há dois testemunhos manuscritos no caderno Diário de um João Ninguém II.